Movimentação


Movimentação


                                          Foto: Jaqueline Vieira
Primeiramente, a efeito de registro, escrevo sobre os acontecimentos da semana última com relação ao movimento estudantil e para muito além dele. Me parece interessante estar se entrelaçando com a cultura de outro país, ainda mais um país que compartilha muitas semelhanças históricas com o nosso, e ter um ponto de vista privilegiado para acompanhar algumas movimentações que estão passando no Brasil e na Colômbia.
O dia terceiro de abril, quarta feira, ficou marcado pela polêmica em torno do documentário “O Brasil entre armas e livros”, que homenageia e faz referência a ditadura militar. Nesse tempo o Brasil viveu anos de censura, repressão e tortura, e em várias partes do território nacional, grupos de extrema direita se organizaram para que rodassem este filme nas mais diferentes organizações públicas e privadas.
Assim foi na cidade de Londrina, figurinhas marcadas da direita, pessoas da mídia, alguns estudantes e professores, criaram o evento para que o filme fosse passado nas dependências da Universidade Estadual de Londrina. Porém, esses não imaginavam o quão organizados estavam os estudantes do movimento estudantil, de forma que o filme passou despercebido diante do protesto pacifico dos estudantes. Nesse dia, os corredores foram tomados por gritos contra a ditadura, performances cheias de expressão facial e corporal e faixas que deixam claro como a juventude está unida em uma voz contra a mão repressiva do estado.
                                          Foto: Jaqueline Vieira

 Por outra parte, a Colômbia passa por um dos maiores movimento de campesinos, Indígenas e afro colombianos da história do país, a Minga. Quase toda a região Ocidental e do Choco colombiano esta com suas vias obstruídas por esses grupos que pedem pela inclusão das comunidades no Plano Nacional de Desenvolvimento, reconhecimento do campesino e seus direitos, proteção dos líderes sociais, entre outros. O protesto que já dura um mês, alcançou a todas as esferas do sociedade, inclusive a dos estudantes.
Na última quinta feira, dia quatro de abril, os estudantes da grande maioria das universidades públicas da Colômbia foram as ruas com o intuito de obstruir as vias principais das cidades em nome da Minga e de 13 indígenas assassinados e um estudante, mortos pela força repressiva armada do estado. Sem surpresa, em menos de 20 minutos um batalhão da polícia local na presença de tanques reforçados, atiraram bombas de enfeito moral e jatos de água nos manifestantes que pediam justiça por aqueles que estão na luta.
                           Foto: Cristian Polo
          A América Latina está passando por um momento de efervescência, grupos de base estão organizados e medem força contra os estados reacionários. Da necessidade de registrar esses eventos que me inspiram e apontam um futuro ao menos de mudanças, escrevo este texto.


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