Política e Resistências no Brasil atual - Os povos indígenas
No
Brasil, atualmente, fala-se muito sobre resistência.
Após a eleição presidencial mais turbulenta da breve história da redemocratização brasileira ter eleito o candidato de extrema-direita Jair
Bolsonaro, Partido Social Liberal (PSL), a palavra resistência ganhou força pelos quatro cantos do país. Mas, afinal,
o que é resistência? Repressão e violência fazem parte do Estado e a/as resistência/as se originam do processo de formação histórico-social extremamente desigual, o caso do Brasil. E os povos indígenas sabem bem disso.
Entre
os dias 24 e 26 de abril de 2019 em Brasília – DF aconteceu a 15º edição do
Acampamento Terra Livre (ATL), evento organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) que reuniu cerca de 4 mil indígenas de diversas etnias para lutar pelos direitos assegurados
na Constituição brasileiras aos índios. Desde que a gestão neo-fascista assumiu a presidência os direitos dos povos indígenas à diferença e à demarcação de terras (que contraria a
lógica do capital e sua principal fonte, a propriedade privada) tornaram-se alvos de desmontes sociais. A agenda de políticas indigenistas de integração têm ganhado forças novamente. A formação dos órgãos indigenistas no Estado brasileiro e as políticas de integração apresentadas ao longo dos anos apontam exatamente o que vivemos na atualidade. Os antigos Serviço de
Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN) e o Serviço
de Proteção aos Índios (SPI), que posteriormente se tornaria a Fundação
Nacional do Índio (FUNAI), foram responsáveis pelas primeiras políticas indigenistas e seguiam a agenda de integração de cada governo.
Mesmo que a política de integração seja prática constante, há diferenças significativas nas políticas indigenistas aplicadas. É possível ilustrar a afirmação com dois projetos distintos: o projeto de governo mal elaborado destinado aos índios pelo governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e o projeto de governo que visa o genocídio dos índios do governo Bolsonaro. No último caso, a legitimidade da barbárie contra os grupos está assegurada pelo Estado.
O agravante da atual gestão de extrema-direita foi sentido durante na ATL essa semana, que esteve sob clima de tensão após o decreto do ministro da justiça Sérgio Moro autorizar a presença das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios. É importante lembrar que a FUNAI, responsável pelas demarcações de terras indígenas, no início da gestão Bolsonaro foi retirada do Ministério da Justiça e transferida para o Ministério da Agricultura com objetivo de estacionar as demarcações de terras. O agronegócio se sobrepõe ao Ministério da Agricultura e atenta contra a vida dos povos indígenas.
Mesmo que a política de integração seja prática constante, há diferenças significativas nas políticas indigenistas aplicadas. É possível ilustrar a afirmação com dois projetos distintos: o projeto de governo mal elaborado destinado aos índios pelo governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e o projeto de governo que visa o genocídio dos índios do governo Bolsonaro. No último caso, a legitimidade da barbárie contra os grupos está assegurada pelo Estado.
O agravante da atual gestão de extrema-direita foi sentido durante na ATL essa semana, que esteve sob clima de tensão após o decreto do ministro da justiça Sérgio Moro autorizar a presença das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios. É importante lembrar que a FUNAI, responsável pelas demarcações de terras indígenas, no início da gestão Bolsonaro foi retirada do Ministério da Justiça e transferida para o Ministério da Agricultura com objetivo de estacionar as demarcações de terras. O agronegócio se sobrepõe ao Ministério da Agricultura e atenta contra a vida dos povos indígenas.
E para entender o que foi a ATL 2019 e a luta dos povos indígenas no atual contexto brasileiro, um vídeo onde Tuíra Kayapó responde o deputado José Medeiros (Pode - MT) que defende a abertura das Terras Indígenas aos grandes projetos econômicos e extrativistas (genocidas), em audiência na Câmara. A fala é histórica e é em língua Kayapó.
Na foto, Sônia Guajajara participando da ATL 2019. Autor desconhecido.
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